23 de novembro de 2024 13:03

Sem caixa e atendente, minimercados ganham espaço no Distrito Federal

Os mercadinhos autônomos se expandem nos condomínios do DF pela praticidade e rapidez


 

 

Com o objetivo de dar comodidade e praticidade para quem não quer enfrentar filas, gastar combustível e o próprio tempo, empresários do Distrito Federal adotaram uma nova tendência desde a pandemia da covid-19: os mercadinhos autônomos em condomínios residenciais. Neles, não há atendentes nem caixas. Os consumidores pegam os produtos e fazem o pagamento geralmente por meio de aplicativos ou das maquininhas de cartão. Esses minimercados fazem parte do rol de opções de negócios de economia criativa voltados para condomínios, as condotechs. O nicho de oportunidades atrai os empreendedores da capital do país, após saberem que a novidade deu certo em outras partes do Brasil e do exterior.

No condomínio Jardins dos Ipês, no Jardins Mangueiral, os moradores têm à disposição duas unidades há aproximadamente três meses. Um dos clientes é o arquiteto Pedro Nina, 40 anos. Ele conta que, por duas vezes, precisou comprar enlatados para fazer almoço com a esposa. “Tem um mercado próximo de casa, mas se eu for pegar o carro, vou ter que achar uma vaga para estacionar, e se eu for de bicicleta, vou levar mais tempo”, compara.

Pedro diz que o medo dos moradores era de que o espaço virasse uma loja de conveniência em que as pessoas ficariam no local consumindo bebida alcoólica. “A experiência aqui no nosso condomínio foi bastante positiva, porque não mudou a rotina e gera muita praticidade na hora de comprar algo”, complementa.

Dono do Mr. Box, o empresário Breno Queiroz, 29, investe no negócio há dez meses. Ele revela que começou a oferecer o serviço quando percebeu a necessidade dos moradores de condomínios na hora de comprar itens específicos de forma rápida e prática. O empreendedor instalou o que chama de container no Jardim Botânico, em São Sebastião e no Jardins Mangueiral (com duas unidades). O condomínio não arca com despesa alguma. Todos os custos com implementação, reposição, gestão e limpeza do espaço são por conta da empresa.

Há 500 produtos à venda, entre linha de bomboniere com guloseimas, higiene pessoal, itens de limpeza, bebidas alcoólicas, congelados, produtos para pets e medicamentos. “É para atender uma emergência de quem está saindo do trabalho atrasado, não tem tempo de parar no supermercado, enfrentar fila, mas pode passar no minimercado para, por exemplo, comprar carvão e gelo na hora do churrasco”, destaca Breno.

 

 

 

Sem caixa e atendente, minimercados ganham espaço no Distrito Federal

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Honestidade

Pedro diz que as vendas dobraram no segundo mês e os próprios condomínios foram indicando um para o outro. Para controlar a segurança e evitar furtos, o empresário exige cadastro com dados pessoais do consumidor, que mira a câmera do celular para o QR Code e, em seguida, a porta do Mr. Box abre.

 

 

“A gente tem duas câmeras dentro do container. Toda semana fazemos o controle de estoque para saber se bateu com o que colocamos. Se a pessoa age de má-fé ou tira o cartão antes da hora, mandamos mensagem relatando que deu um erro no sistema”, explica.

 

 

Vice-presidente de comunicação do Sindicato dos Condomínios Residenciais e Comerciais Distrito Federal (Sindicondomínio DF), Carlos Cardoso cita que, geralmente, os locais onde há esses mercadinhos são monitorados por câmeras de segurança e controlados por um índice de honestidade. “Normalmente, quando o índice cai, a empresa movimenta a unidade para um local monitorado. Mas, pelo que tenho de experiência, o nível de perda é pequeno, porque a maioria das pessoas é honesta”, avalia.

Para ele, ter um minimercado autônomo gera receita para o condomínio. “O preço tem um componente que é a facilidade, comodidade e economiza o custo de entrega que a pessoa teria com um aplicativo de comida, por exemplo, que não tem tantas opções”, finaliza Carlos, que é síndico do condomínio Jardim Europa 2, no Grande Colorado.

Esse serviço faz parte do aceleramento dos processos de produção das empresas, que passaram a criar a oferta para procurar uma demanda. É o que afirma o economista e doutor em gestão financeira Riezo Almeida. “Vamos supor que alguém do condomínio queira ver algum jogo que vai passar na televisão, e, ao invés de ir ao mercado, desce e pega o produto, o que é uma boa gestão do condomínio, em que o síndico fica bem visto ao fazer uma parceria com a empresa”, analisa.

 

 

 




 

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