Rede de fast fashion enfrenta dificuldades financeiras no mundo e não deslanchou no Brasil
Nas redes sociais, os descontos de até 50% na queima de estoque dos últimos dias atrai bastante atenção. Mas, segundo fontes do setor, a saída da americana no país será gradual. É possível que sejam mantidas vendas on-line no site ou em marketplaces.
No Instagram da Forever 21, a empresa fez posts sobre a liquidação afirmando que duraria enquanto não acabasse o estoque nas seguintes lojas: Bourbon, Guarulhos e Outlet Catarina, em São Paulo; Shopping í, em Londrina (PR); e na loja de Recife (PE).
A Forever 21 é uma marca jovem com pegada descolada que causou frisson quando chegou ao Brasil. Mas, diferentemente do sucesso que experimentou em outros países com peças baratas em dólar e euro, por aqui, seus produtos não são vistos como tão baixos.
Eduardo Yamashita, diretor de operações da consultoria de consumo e varejo Gouvêa Ecosystem observa que o modelo fast-fashion de roupas com baixo custo da Forever 21 não vingou no Brasil. Aqui, com impostos, custos de importação e infraestrutura, as roupas fogem da proposta e são mais caras. Somado ao cenário adverso que o varejo se encontra depois de dois anos de pandemia, não sobrevive.
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Lá fora o fast-fashion tem alta rotatividade. No Brasil, não funcionou. Nunca conseguiram ter ganho de escala. Com a pressão do segmento em que os custos aumentaram e as vendas não são suficientes, o que estava no limite passou a dar um prejuízo maior.
Além disso a empresa enfrenta uma decadência global, acossada pela concorrência de asiáticas on-line como Shopee e Shein. Em 2019, a companhia entrou em recuperação judicial nos Estados Unidos. No ano passado, fechou suas 44 unidades no Canadá.
No Brasil, chegou a enfrentar ações de despejo por atraso no pagamento do aluguel de lojas de shoppings. Os casos foram parar na Justiça e a marca de fast-fashion foi processada por RioSul, Shopping Tijuca e Plaza Shopping Niterói, no Grande Rio.
Com a rede Multiplan, a varejista fechou um acordo no início do ano passado, mas teve que fechar 11 de suas unidades nos shoppings do grupo. As administradoras dos shopping não quiseram comentar o fim da história da inquilina no Brasil.