20 de setembro de 2024 16:20

Com 1,9 milhão de veículos, DF tem a maior frota em dez anos

Especialista explica porque o aumento na quantidade de carros nas ruas afeta a mobilidade urbana e a qualidade de vida na capital

 


Entre 2016 e 2021, a frota de veículos no DF passou de 1.665.165 para 1.928.710. O número representa um aumento de quase 16% na circulação de carros, motos, caminhonetes, caminhões, ônibus e outros. Em apenas cinco anos, é um adicional de 263.545 automóveis. Atualmente, portanto, a cidade comporta a maior quantidade de carros da história da capital.

Os dados são do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) e da Gerência de Estatística de Acidente de Trânsito.

Para os órgãos, a realização do levantamento sobre o crescimento da frota de veículos no DF contribuirá para futuros estudos de diversas áreas, além da identificação de oportunidades de negócios.

A especialista em mobilidade urbana e doutora em transportes Adriana Modesto falou sobre o impacto do aumento da frota veicular na capital. Para ela, diversas consequências são geradas à cidade, afetada não só na segurança viária, como também na qualidade do ar e, consequentemente, na saúde da população.

Com a pandemia da Covid-19 e a época de isolamento social, estudos mostraram que a diminuição da circulação de veículos, por exemplo, sejam domésticos ou do transporte público, trouxe um ganho para a saúde respiratória da população, no geral. Adriana ressalta esse fator e elucida:

“Se fizermos um levantamento dos mapas de calor pertinente às emissões de gases de efeito estufa durante o pico da pandemia [quando a circulação de veículos nas ruas diminuiu drasticamente] é possível observar uma redução na emissão, o que trouxe benefícios para saúde respiratória”.

 

Agora, do ponto de vista do tráfego, a especialista ressalta: o aumento da frota dá potência à ocorrência de acidentes de trânsito, além de propiciar o esgotamento da capacidade das vias, contribuindo para engarrafamentos e caos no trânsito.

 

Uma cidade que precisa de carros

 

Há quem diga que a capital da República foi criada para carros. Conhecida por suas grandes distâncias entre os endereços, de fato, muitos pedestres e usuários do transporte público concordam com a fama da cidade, o que contribui para o aumento da frota veicular.

Mylena Ferrari, estudante de pedagogia, comprou recentemente o seu primeiro carro. A garota decidiu fazer o investimento principalmente para facilitar a ida até a faculdade e ao estágio.

 

“Agora que comecei a estagiar, o carro me ajuda muito. Meu estágio não é tão longe da minha casa, mas não passa ônibus perto de onde eu trabalho, então eu teria que pensar em outras formas de chegar até lá sem ser de carro”, explica a estudante.

 

A futura professora afirma que mesmo que já tenha sido uma usuária do transporte público, ter um automóvel próprio lhe traz liberdade para a correria do dia a dia. “Sei que o preço da gasolina está alto, mas no momento não penso em vendê-lo para utilizar outras formas de locomoção”, pontua a jovem.

Rita Vieira, outra moradora do DF, também adquiriu um novo carro em 2021. No caso da servidora pública, a compra foi no intuito de renovar seu automóvel, já que o antigo já havia completado seis anos de uso – comportamento comum de residentes da cidade.

Sobre o transporte público, uma das principais soluções para se diminuir a quantidade de carros em uma cidade, Rita também tem uma opinião:

 

“Eu raramente utilizo o transporte público. Acredito que ainda precise melhorar muito, principalmente a quantidade da frota [de ônibus e metrô] e a qualidade dos veículos públicos”, aponta Rita.

 

Venda de carros usados cresceu em 2021

 

Os revendedores de seminovos e usados do Distrito Federal – de todas as marcas, idades e categorias (comerciais leves, motos, caminhões e ônibus, por exemplo) – negociaram 91,5 mil unidades de janeiro a maio de 2021, contra as 53,6 comercializados no mesmo período de 2020.

Esse desempenho é quase o dobro do registrado no Centro-Oeste, que foi de 37,8%. Mato Grosso do Sul teve elevação de 31,2%. Mato Grosso, de 37,3%. Goiás ficou abaixo, com 31,2%.

O maior crescimento nas vendas do DF foi na faixa etária de 13 anos ou mais de uso – que os comerciantes chamam de ‘velhinhos’, com 108% acima do mesmo período de 2020. Os chamados ‘seminovos’, com até três anos de uso, ficaram um pouco abaixo, mas com elevação expressiva de 55,9% (18,6 mil em 2021 contra 11,9 mil em 2020).

 

Alta no número de emplacamentos de motos

 

Dados do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Distrito Federal (Sincodiv) indicam que houve uma alta de 44,76% nos emplacamentos de motos registradas no agregado de janeiro a setembro de 2021 comparado com o mesmo período de 2020.

Para o presidente do Sincodiv, Arcelio dos Santos, as consecutivas altas nos combustíveis não justificam o aumento de procura pelas motocicletas. Arcelio atribui a “uberização” no setor de delivery como responsável pelo incremento na demanda do veículo de duas rodas.

 




 

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