22 de novembro de 2024 15:02

Prevenção e cuidado: morte de Agnaldo Rayol traz importante alerta sobre o perigo de quedas para idosos

Cantor de 86 anos morreu após cair em seu apartamento e cortar a cabeça; segundo a família, o Samu foi acionado, mas demorou a chegar

 

 


 

 

O cantor Agnaldo Rayol morreu na madrugada desta segunda-feira (4), aos 86 anos. De acordo com a nota compartilhada pelos familiares à imprensa, o famoso faleceu após uma queda em seu apartamento. Ele estava internado no Hospital HSANP, no bairro de Santana, na zona norte de São Paulo.

“É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos, ocorrido na manhã de hoje no Hospital HSANP, localizado no bairro de Santana, em São Paulo. O artista, que marcou gerações com sua voz inconfundível e presença carismática, faleceu após uma queda em seu apartamento nessa madrugada”, diz o comunicado.

Segundo informado, no momento da queda, Agnaldo Rayol estava lúcido, bem e acompanhado de um cuidador. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado, mas demorou para chegar. No hospital, tentaram conter um sangramento localizado na região de sua cabeça após um corte, no entanto, ele não resistiu.

 

Por que as quedas são tão fatais para os idosos?

 

A médica geriatra da Saúde no Lar, Simone Simone de Paula Pessoa Lima, explica quais aspectos contribuem para que os idosos tenham maior risco de cair e, infelizmente, sofram consequências mais graves como foi o caso de Agnaldo Rayol .

A especialista conta que, com o envelhecimento, diversas mudanças naturais no corpo, como a diminuição da massa muscular (sarcopenia), comprometimento do equilíbrio e redução da acuidade visual e auditiva, aumentam as chances de quedas. Esses fatores são potencializados por condições crônicas como hipertensão, diabetes e demência, além do uso de múltiplas medicações. 

Uma das principais complicações decorrentes de quedas é a fratura de ossos como o fêmur e as vértebras. 

 

“Com a fragilidade óssea própria da idade, o impacto de uma queda que, em jovens, causaria apenas um arranhão, pode resultar em fraturas sérias nos idosos, especialmente no quadril”, explica a médica

 

Outras consequências graves incluem traumatismos cranianos, que podem levar a hematomas subdurais, além de lesões em tecidos moles e contusões. Essas lesões, além de dolorosas, podem ser acompanhadas de complicações secundárias, como infecções decorrentes da imobilidade, o que aumenta o risco de pneumonias e escaras.

Além das consequências físicas, as quedas também trazem impactos psicológicos. A chamada “síndrome pós-queda” se caracteriza pelo medo de cair novamente, o que leva o idoso a evitar atividades físicas, resultando em perda de independência e declínio funcional. 

“O medo de uma nova queda gera um ciclo de inatividade que compromete a mobilidade e a autoconfiança do idoso”, comenta Simone.

 

Prevenção e cuidados

 

Para reduzir o risco de quedas, pequenos ajustes no ambiente doméstico e hábitos diários fazem a diferença. Segundo a especialista, usar calçados com solado antiderrapante, organizar os móveis para permitir uma boa circulação e instalar barras de apoio em locais estratégicos são medidas essenciais. A iluminação adequada e a remoção de tapetes soltos também ajudam a prevenir acidentes dentro de casa.

Em ambientes externos, a atenção deve ser redobrada. “É importante que o idoso preste atenção a desníveis e superfícies escorregadias, que são comuns em áreas públicas e aumentam o risco de quedas”, orienta a geriatra.

A saúde visual, a neuropatia periférica e condições neurológicas como Parkinson também precisam de atenção constante, pois podem agravar o risco de quedas. Realizar exames oftalmológicos periodicamente e usar dispositivos auxiliares, como bengalas ou andadores, ajudam a compensar as limitações dessas condições.

 

Atenção aos sinais

 

Os familiares e cuidadores devem observar alguns sinais de fragilidade que indicam maior vulnerabilidade a quedas. Tropeços frequentes, dificuldade em levantar-se de cadeiras e passos curtos são indicativos de que o idoso pode estar com dificuldades de equilíbrio e necessitar de intervenção. Em casos assim, a fisioterapia para fortalecer a musculatura e melhorar o equilíbrio é uma estratégia eficaz para evitar quedas.

A prática regular de exercícios físicos leves também é recomendada. “Exercícios que trabalham a força muscular e o equilíbrio são fundamentais para dar mais segurança ao idoso, prevenindo as quedas e as complicações decorrentes”, conclui a médica.

 

 

 

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