A campanha contra a Influenza começou em 19 de março, mas apenas 8,11% do público-alvo, de 1,1 milhão de pessoas, se imunizaram. Para melhorar a cobertura, a SES-DF promove o Dia D, no próximo sábado, em 80 pontos
O número de pessoas vacinadas contra a gripe (Influenza) no Distrito Federal está abaixo da expectativa da Secretaria de Saúde (SES-DF). A campanha começou em 19 de março. De acordo com a SES-DF, até 31 de março, foram aplicadas 89.976 doses de vacina, o que corresponde a 8,11% do público-alvo, que é de 1,1 milhão de pessoas. Por isso, a pasta promove, no próximo sábado (13), o dia D de vacinação, quando cerca de 80 pontos estarão abertos para atender o grupo prioritário.
Quanto à quantidade de vacinas, no primeiro momento, o DF recebeu 332 mil doses do imunizante. Segundo a SES-DF, todas as semanas chegam novas remessas e a expectativa é de que, até o fim de abril, a capital receba o total necessário para o atendimento. A campanha segue até 31 maio, não havendo perspectiva de ampliação de público-alvo.
Carlos Alberto, de 63 anos, não menospreza a Influenza. Desde que surgiu a vacina, ele se imuniza em todas as campanhas. Aos 63 anos, o aposentado disse que faz anos que não sabe o que é uma gripe e credita a façanha à vacina. “É algo seguro, eficaz, gratuito e está disponível nos postos. Acho que quem ainda não tomou está perdendo tempo”, avalia. Este ano, pelo menos duas pessoas morreram vítimas da Influenza no Distrito Federal e outras 23 ficaram doentes. O ultimo boletim epidemiológico da Secretária de Saúde (SES-DF) mostra que, no ano passado, 15 pessoas foram a óbito e outras 362 foram infectadas pelo vírus.
Jorge Luis Ferreira, 65, policial da reserva, analisa que os idosos podem ter um envelhecimento saudável ao se vacinarem. “Ajuda muito o sistema imunológico, para continuarmos com saúde, o que proporciona fazer caminhadas, exercícios — tudo isso em meio à imunização, que nos mantém saudáveis”, afirma. “Este ano, está mais organizado do que em 2023, pois está muito rápido para vacinar. Não sei se é o pessoal que não está saindo de casa para tomar, porque não tem nenhuma fila. Ao chegar ao posto, fui encaminhado diretamente para aplicação, sem aguardar muito tempo”, completa.
O infectologista André Bon, da Exame Medicina Diagnóstica, da rede Dasa no DF, explica que, ao se vacinar anualmente, o indivíduo desenvolve imunidade e é capaz de se proteger contra as formas graves da doença. “O vírus Influenza, causador da gripe, é uma das principais causas de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Dessa forma, pode levar a óbito por pneumonia viral, especialmente em populações de alto risco, como idosos, imunossuprimidos, crianças menores de 2 anos e gestantes. Além disso, nos casos não graves, a doença causa grande morbidade devido à febre e à prostração, que afastam os doentes de suas atividades comuns durante vários dias”, destaca o especialista.
O médico ressalta que a vacina contra gripe não possui o vírus vivo, é inativada. Portanto, é impossível que cause gripe naqueles que façam a aplicação do imunizante. O especialista complementa que a vacina protege da Influenza e não contra os demais vírus que causam o resfriado comum. Assim, é possível que, mesmo depois da imunização, a pessoa desenvolva sintomas respiratórios em decorrência de infecção por outros vírus.
Luiz Carlos Sarmento, 60, servidor público, observa que se imunizar é mais importante ainda em uma época na qual os serviços de saúde estão lotados. “Acho que a vacina é indispensável. Além de evitar a gripe, evita que os hospitais fiquem cheios, que você fique internado, isso tudo por causa da imunização. Você toma a vacina para se prevenir de alguma doença futura. As pessoas não dão muita importância, mas do jeito que os hospitais estão lotados, justamente agora, por causa da dengue, não vai ter casa de saúde para frequentarmos”, disse.
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Público-alvo
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A imunização está prevista para os seguintes grupos prioritários: idosos com 60 anos de idade ou mais; crianças de 6 meses a 5 anos, 11 meses e 29 dias; gestantes e puérperas; pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais; pessoas com deficiência permanente; pessoas em situação de rua; professores do ensino básico e superior; trabalhadores da saúde; caminhoneiros; trabalhadores de transporte coletivo rodoviário; passageiros urbano e de longo curso; trabalhadores portuários; forças de segurança e de salvamento; forças armadas; funcionários do sistema de privação de liberdade; população privada de liberdade, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas e povos indígenas.
As pessoas que tiverem doenças crônicas devem comparecer a um local de vacinação com laudo que comprove a condição clínica. Já quem tem direito à vacina devido à profissão precisa comprovar a ocupação com crachá ou contracheque, entre outros documentos que possam identificar o trabalhador. Os locais de vacinação podem ser encontrados no site saude.df.gov.br/locaisdevacinacao.
É preciso apresentar caderneta de vacinação e documento de identificação.
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*Com informações Correio Braziliense