22 de novembro de 2024 19:52

Por que serviços de streaming têm cada vez mais propagandas

 

 


 

 

 

Quando os serviços de streaming chegaram ao mercado, parte de sua atratividade era eliminar os anúncios.

Muitos consumidores trocaram a televisão para assistir a programas sem interrupções no streaming. A tendência chacoalhou a indústria do entretenimento e trouxe uma experiência nova e sob demanda aos consumidores.

Agora, porém, ansiosas por aumentar a receita, as empresas de streaming estão inserindo anúncios em seus produtos. No final de setembro, por exemplo, a Amazon anunciou que vai incluir anúncios no seu serviço Prime Video em pelo menos 10 mercados no mundo até 2024, juntando-se a outras empresas do ramo que já embarcaram na mudança.

Os consumidores de streaming voltarão a uma situação semelhante à anterior, com intervalos comerciais e um valor pago que pode chegar próximo aos pacotes da TV a cabo — em casos, por exemplo, em que um usuário assina várias plataformas em pacotes compartilhados.

Essa mudança ocorre no momento em que muitas empresas do setor enfrentam grandes dívidas, diz Anthony Palomba, professor da Escola de Negócios Darden da Universidade da Virgínia, nos EUA.

Isto deve-se ao custo dos investimentos em conteúdos, taxas de licenciamento e outras despesas que estas empresas fizeram para expandir o seu catálogo e competir com outras. Agora, as companhias buscam o retorno desses investimentos e os assinantes pagarão a conta.

O Peacock, serviço da NBCUniversal, por exemplo, ganhou 4 milhões de assinantes no último trimestre, elevando a base total para 28 milhões de assinantes. O produto também teve aumento de 80% no número de assinantes na comparação com o ano anterior.

O crescimento de assinantes ocorreu mesmo quando a empresa começou a cobrar pelo plano com anúncios (anteriormente gratuito) e aumentou os preços das opções sem anúncios.

Hulu e Disney+ aumentaram os preços de suas opções sem anúncios, enquanto mantiveram o preço da lucrativa fatia de planos com anúncios.

A Netflix, pioneira no streaming, introduziu anúncios pela primeira vez em muitos países do mundo.

As empresas estão tomando medidas para mudar os seus modelos de negócio originais, explica Dave Simon, chefe de iniciativas de crescimento da Moloco, uma empresa de publicidade sediada nos EUA.

“A maioria das grandes empresas de conteúdo viu uma oportunidade de ir direto ao consumidor, em vez de passar pelos canais de distribuição típicos, os operadores de TV a cabo”, diz ele.

 

Disse ainda que todas tentaram construir um negócio, sendo a assinatura a principal fonte da receita e que agora que estão vendo os padrões de consumo dos clientes se estabilizarem, é hora de reavaliar se essa foi ou não a aposta certa.

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