Dia da Pizza: entenda como preço cobrado por região revela desigualdade de renda no DF
O Dia da Pizza é comemorado nesta segunda-feira (10) e a iguaria – quase uma unanimidade na preferência dos brasileiros – pode ser usada para medir a desigualdade de renda e poder de compra nas diferentes regiões de uma mesma cidade. O “índice mozarela” é uma pesquisa feita pela Fatec Sebrae, de São Paulo, mas que pode ser aplicado no Distrito Federal.
Observando o preço da pizza em algumas regiões e comparando os valores com o rendimento médio dos moradores dos mesmos locais, a pizza de mozarela, por exemplo, custa R$ 96no Lago Sule R$ 42 em São Sebastião.
O preço, entretanto, acaba ficando mais caro para os moradores de São Sebastião onde a renda é menor.
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Como funciona o ‘índice mozarela’?
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Para analisar como o valor da pizza afeta o bolso das pessoas, o preço é comparado à renda per capita de cada região. No Lago Sul, por exemplo, o custo da pizza representa 0,8% do rendimento dos moradores que têm uma média salarial de R$ 10.979, segundo a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio.
Os moradores de São Sebastião, por outro lado, desembolsam uma porcentagem maior para se deliciar em uma pizzaria. Com uma média salarial de R$ 1.063, o comprometimento da renda chega a 3,9%.
O economista Renan Silva explica que “a desigualdade de renda no Brasil remete a problemas estruturais, os quais ao longo dos anos tornaram-se crônicos”. Ele ainda afirma que a reversão desse cenário é “complexa e passa, sem dúvidas, pela redução das despesas do governo”.
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Variação de preços por região do DF
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A variação no preço da pizza em Brasília está diretamente ligada à renda percapita da região.
No Plano Piloto, por exemplo, a pizza de mozarela custa entre R$ 42 e R$ 70. Em Ceilândia, é possível pagar entre R$ 45 e R$ 56. Em Sobradinho, o valor vai de R$ 45 a R$ 62.
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“É muito comum ver os moradores com uma renda menor procurando um lugar que alcance um melhor custo-benefício”, diz Levicoy.
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Dia da pizza
O Dia Nacional da Pizza começou a ser comemorado em 1985, quando o então secretário de turismo de São Paulo Carlos Luiz de Carvalho propôs um concurso que elegeu as 10 melhores receitas paulistas.
A celebração acabou sendo adotada de maneira informal pelos comerciantes, que utilizam a data para aquecer o comércio.