23 de novembro de 2024 17:49

Tecnologia é cada vez mais demandada no DF

Saiba o que esperar e como ingressar na área mais promissora do momento. De olho no lance, empresas buscam soluções para se adaptar às novas demandas exigidas pelo mercado

 


 

 

A tecnologia faz parte do cotidiano da capital do país de forma quase onipresente. Em cada canto do Distrito Federal, empresas que prestam serviços de tecnologia e internet estão instaladas, fomentando ainda mais o contato social com aparelhos e mecanismos que têm o poder de transformar ideias em empreendedorismo e sonhos em realidade.

A pandemia de covid-19 foi o principal responsável por transformar o DF de região marcada pelo serviço público para a tendência tecnológica. Desde o início da crise sanitária foram abertas mais de 2 mil empresas de tecnologia da informação e informática, de acordo com o Sindicato das Empresas de Serviços de Informática (Sindesei-DF).

“Brasília vive hoje uma grande imersão no mundo tecnológico e isso tem se refletido na procura recorde por cursos e formações tecnológicas. Em diversos segmentos profissionais, o mercado tem exigido cada vez mais conhecimento de plataformas de dados e redes digitais”, diz o coordenador de ensino de tecnologia da rede Blue Educação, Murilo Pinheiro Oliveira. Segundo ele, a área de desenvolvimento de software se destaca, em razão das empresas buscarem soluções para se adaptar às novas demandas do mercado. “Com isso, profissionais de tecnologia são cada vez mais demandados e trabalham cada vez mais horas por semana”, diz.

De acordo com o especialista, embora trabalhem muito, os profissionais em tecnologia são bem remunerados e reconhecidos no mercado. “No Distrito Federal, um desenvolvedor júnior pode começar a ganhar a partir de R$ 3 mil. Como a demanda é cada vez maior, esses valores tendem a aumentar com o tempo. Ainda assim, é importante levar em consideração que os salários também variam de acordo com a experiência e as habilidades de cada profissional”, afirma.

Com a crescente demanda por colaboradores e diversos benefícios na área, muitas pessoas estão considerando deixar seus empregos atuais e migrar para atividades ligadas à tecnologia. Trabalhar em casa e se conectar com grandes empresas de todo o planeta são atribuições que despertam uma vontade de experimentar um trabalho mais valorizado, no qual haja a possibilidade de melhor conciliação com a vida pessoal, como é o caso de profissões como gestor de mídias digitais e programador, que permitem maior liberdade de tempo.

O mundo de TI é vasto e único, de forma que uma simples curiosidade sobre sistemas, dados e relacionamento pode se tornar ponte para uma nova faculdade. Segundo Murilo Oliveira, para adentrar nessa área é necessário realizar uma especialização em algum curso de tecnologia da informação. “Outra forma de começar é buscar vagas de estágio e trainee nas multinacionais que atuam no ramo, como IBM, Google e Microsoft. Ou, ainda, pode-se trabalhar como freelancer, oferecendo serviços de desenvolvimento web ou design gráfico para pequenas empresas”, sugere.

Para alinhar o ensino superior e profissionalizante às expectativas do mercado para com os futuros profissionais, estratégias estão sendo implementadas pelo Sindicato das Empresas de Serviços de Informática do Distrito Federal (Sindesei-DF) e outras entidades, em parceria com grandes instituições do DF e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Objetivo dessa ação é fomentar o acesso à indústria da tecnologia, ofertando microcertificações e cursos de pós-graduação para empresas e colaboradores da área.

O analista de sistemas Anderson Freitas, 32 anos, atua há nove anos na área e conta que embarcou na carreira por considerar um setor versátil e financeiramente muito atrativo. “Basicamente todas as profissões dependem da tecnologia para o seu funcionamento e atividades cotidianas. Existem sistemas que operam em vários ramos. Dessa forma, há como trabalhar com qualquer área que seja do seu interesse”, garante.

Freitas é formado em ciência da computação e pós-graduado em segurança de computadores e gerência de projetos na área de TI, mas explica que este não é o único caminho possível a ser trilhado. “Outros cursos fazem parte deste rol, como engenharia da computação, análise de bancos de dados e sistemas da informação. Há, ainda, os da área de inteligência de negócios, como redes de computadores”, observa, destacando a importância de escolher a área de acordo com o foco profissional. ” Cada área tem sua especialidade e sua peculiaridade de formação”, afirma.

Hoje, o cargo que Freitas ocupa tem um caráter mais gerencial, mas ele ainda atua na organização. “Recebo as demandas dos sistemas e as encaminho para os desenvolvedores. Basicamente, fazemos escalonamento entre as entregas para o cliente”, conta o especialista, que trabalha também com projetos que não são da área de manutenção e exigem reuniões presenciais com clientes para entender a necessidade de cada um, otimizando, assim, os processos. “Fazemos um protótipo. Propomos uma solução e executamos as entregas para que eles possam validar aquilo que solicitaram”.

Embora a tecnologia seja uma área que dispõe de diversos cargos em formato home office ou híbrido, o analista cumpre sua carga horária semanal em formato presencial. “Por ser uma área que tem muita carência de profissional, mas oferece boas oportunidades de home office ou trabalho híbrido”, mostra.

“Tem muita gente que vem pelo salário, mas não se mantém por não ter afinidade com a área. Então, o que a gente procura são pessoas que entraram e se identificaram, que queiram permanecer e que possam contribuir. É uma área muito carente de profissionais, justamente, pela diversidade de atuação e também por todas as outras profissões dependerem de TI e de alguém desta área em seus processos internos”, conclui.

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