Candidatos criticam a ausência de Ibaneis Rocha e apresentam soluções para os problemas do DF. Saúde, educação, geração de empregos, habitação foram os temas mais discutidos
O debate promovido pelo Correio Braziliense e pela TV Brasília sobre o futuro do Distrito Federal reuniu nessa quinta-feira (18/8) seis candidatos ao Palácio do Buriti. Leandro Grass, da federação PT-PV-PCdoB, Leila Barros (PDT), Keka Bagno, da federação PSol-Rede, Izalci Lucas, da federação PSDB-Cidadania, Paulo Octávio (PSD) e Rafael Parente (PSB) discutiram temas, como saúde, educação, geração de empregos, habitação e gestão.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) não compareceu. Fugiu dos questionamentos dos adversários, mas acabou se tornando um alvo. O púlpito reservado ao atual chefe do Executivo que concorre à reeleição ficou vazio e a ausência foi lembrada pela mediadora do debate, Gláucia Guimarães, em cada um dos quatro blocos.
Candidato à reeleição, Ibaneis foi criticado também pelos problemas de sua gestão. No primeiro bloco, jornalistas do Correio questionaram os candidatos sobre saúde, educação, política habitacional, ocupação do solo, incentivos fiscais, emendas secretas ao orçamento da União e reajuste das forças de segurança pública do DF.
No segundo e terceiro blocos, candidatos perguntaram para candidatos, com direito a réplica e tréplica. O quarto bloco foi dedicado a considerações finais de um minuto e meio, em que todos puderam se apresentar ao eleitoral, dois dias depois da largada oficial da campanha eleitoral.
Leandro Grass começou falando sobre saúde. “É importante denunciar que ele (Ibaneis) é o pior governador da história do DF. A saúde pública vive o pior momento aqui no DF. Ibaneis mentiu em 2018, criou o Iges, que é um fracasso que tem matado tantas pessoas”, afirmou.
Paulo Octávio também falou sobre saúde. Ele disse Brasília tem o maior orçamento de saúde do Brasil e cinco médicos para cada mil habitantes, mesmo assim o DF deixa a desejar. “As pessoas estão nas filas. Nós precisamos fazer mutirão de saúde, nós temos um desafio enorme”, destacou e assumiu o compromisso de que o secretário de saúde de seu eventual governo será o mesmo nos quatro anos de gestão.
Keka Bagno também reclamou da ausência de Ibaneis. “Lamento a perversidade do governador Ibaneis Rocha que faz com que ele não esteja presente em um debate democrático”, afirmou. Entre os temas que ela tratou esteve o feminicídio e o tratamento indigno de mulheres no DF: “Hoje, no DF, mulheres morrem nas filas do Cras, como foi o caso lamentável da Janaína. Enfrentam longas filas para conseguir creches para seus filhos. E tombam vítimas de feminicídio”.
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O candidato Rafael Parente também reagiu à ausência de Ibaneis e fez uma provocação: “Eu me sinto frustrado, pois o governador amarelou”. A hashtag #IbaneisAmarelao acabou viralizando nas redes sociais.
Sobre suas propostas, Parente abordou com ênfase a educação, sua especialidade. “Eu estou pronto e quero um DF diferente. Quero fazer com que você tenha uma vida digna e segura. Eu já comandei a máquina da educação e sei que dá para fazer muito mais, em todas as áreas”, afirmou.
Izalci Lucas falou sobre educação, saúde e geração de empregos. “Tudo que eu sou devo a essa cidade. Aprendi que governar é cuidar das pessoas. O que significa ter saúde de qualidade, emprego para todos, educação de qualidade. Quero devolver à Brasília a sua característica: a de capital da esperança, capital de oportunidades”, disse.
Leila Barros tratou, entre outros temas, de habitação. Ela se comprometeu a construir 40 mil habitações e reformar outras 30 mil. “Vocês me conhecem. Eu sou a Leila do Vôlei, filha de dois cearenses, um mecânico e uma dona de casa, cresci em Taguatinga, conheço muito bem essa terra, estudei em escola pública. Tenho muito orgulho da minha trajetória porque não nasci atleta. Eu aprendi a ser atleta, assim como tudo que fiz”, afirmou.
O debate foi acompanhado no estúdio pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF), Roberval Casemiro Belinati, e pelo presidente da Federação das Indústrias de Brasília (Fibra), Jamal Bittar, além de políticos e assessores e equipes dos candidatos.
Para Belinati, o debate é um momento fundamental na campanha eleitoral. “Os candidatos podem se apresentar, passam a ser conhecidos e aproveitam o momento para apresentar suas propostas de trabalho”, avalia o magistrado. Jamal concorda: “Essa é uma maneira de apresentação de temas com importância, ditos e registrados pelos candidatos. Um momento muito importante e muito esclarecedor”.
*Com informações Correio Braziliense