Levantamento feito por empresa de transporte por aplicativo mostra que Brasília foi a cidade em que os passageiros mais deixaram itens nos veículos
Cadê o presente?
O esquecimento dos brasilienses resultou em histórias inusitadas e, em muitos casos, inesquecíveis. É o que diz o motorista de aplicativo Valdenez Ferreira. Ele recorda que, há alguns anos, um usuário deixou um presente comprado para a sobrinha no banco de trás do carro. “O presente foi para debaixo do banco e ele não viu, nem eu. Trabalhei o dia todo e ele entrou em contato comigo pelo aplicativo. Marcamos um ponto de encontro e levei para ele. Acabou se tornando algo inesquecível porque ele ficou tão agradecido e emocionado. Na época, ele até tirou foto comigo e fez uma avaliação bem legal”, recorda.
Valdenez conta que a alegria não foi pelo presente em si. “Acredito que tenha sido pelo gesto de devolução. Muitos desacreditam que os motoristas vão devolver e acabam não nutrindo as esperanças de terem os itens”, diz o motorista. Além do presente, ele recorda que já viu de tudo um pouco: chaves, absorventes, celulares. Com o intuito de tentar devolvê-los, ele conta que anda com todos os itens no carro, sob a esperança de, um dia, encontrar os donos dos objetos. “A gente não costuma perceber quando algo é esquecido, normalmente são os outros usuários que notam quando algo fica no carro. Por isso, nem sempre dá pra saber de quem é o objeto”, justifica.
Medo e alívio
O cientista político Gustavo de Sousa, 28, é um dos passageiros que já deixou objeto dentro de um carro, durante uma viagem. Ele conta que esqueceu o celular em um carro de aplicativo durante uma festa de carnaval, em 2019 e, apesar do receio de não conseguir recuperar, teve êxito. “Ao desembarcar, não notei que estava sem o celular. Demorei um pouco para perceber que tinha esquecido o aparelho no carro e liguei para o motorista através da plataforma logo em seguida”, relata.
Apesar do medo de não ter seu aparelho de volta, o cientista político conta que o motorista foi “extremamente solícito”. “Ele avisou que uma outra passageira entregou o celular para ele assim que o encontrou. Por conta do horário, combinei de encontrar o motorista em um ponto de encontro no dia seguinte e deu tudo certo”, destaca. “Ainda ofereci um valor em dinheiro, como forma de retribuição pela devolução do celular, mas ele — gentilmente — recusou”, recorda o jovem.
Cidades com mais “esquecidos” em 2021
1º — Brasília
2º — Florianópolis
3º — São Luís
4º — Vitória
5º — Goiânia
Fonte: Uber
Itens mais esquecidos em 2021
1º — Celulares/câmeras fotográficas
2º — Carteira/bolsas
3º — Mochilas
4º — Chaves
5º — Óculos
Fonte: Uber