23 de novembro de 2024 02:51

Setur DF, Ministério do Turismo e Embratur assinam acordo que favorece turistas deficientes

“Esse primeiro passo é essencial para despertar o interesse ao superar a falta de preparo para acolher o turista com deficiência”, afirma a titular da Secretaria Extraordinária de Pessoas com Deficiência, Rosinha da Adefal a respeito do projeto “Guia da Rota Arquitetônica de Turismo Acessível”, criado em 2020. Com o objetivo de contemplar o público formado por pessoas com deficiência (PcDs), a iniciativa é um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) assinado entre a Secretaria de Turismo do Distrito Federal, Ministério do Turismo e Embratur.

 

Este, por sua vez, trata-se de mais um destaque para a cidade, que já é considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, além de ser reconhecida pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como “Cidade Criativa do Design”. “É a primeira rota mapeada de turismo arquitetônico acessível, de forma a oferecer um serviço com a descrição necessária para que o trajeto seja feito com comodidade e segurança pela pessoa com deficiência”, desenvolve a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça.

 

 

 

Para execução do projeto de turismo acessível, as equipes das entidades envolvidas trabalharam no mapeamento, por meio de quadrantes logísticos, dos locais que, até então, o turista com deficiência não conseguia visitar. “Estamos trabalhando com o que temos”, pontuou a atleta paraolímpica Andrea Ponte, que é presidente da UNA. “Não está sendo criado acesso novo, mas as rotas para pessoas com mobilidade reduzida facilitam ao máximo o turismo”, acrescentou. Para isso, Andrea, que é cadeirante, visitou e registrou os pontos turísticos, apontando melhorias e intervenções que poderiam ser realizadas de forma simplificada.

 

Já estão disponíveis, para esse público, seis atrativos do eixo central de Brasília: Memorial JK, Planetário, Torre de TV, Museu Nacional Honestino Guimarães, Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida e a célebre Praça dos Três Poderes, onde está localizada a Casa de Chá, que abriga o Centro de Atendimento ao Turista (CAT).

Referência em inclusão

 

Conforme explica Vanessa, as rotas estão sendo feitas com base no feedback trazido pelas pessoas que vivenciam a falta de acessibilidade. Conforme traz um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Distrito Federal, são 154 mil pessoas, com 2 anos ou mais, com algum tipo de deficiência, o que representa 5,2% da população da capital. A média brasileira, contudo, foi de 8,4% dos cidadãos com deficiência. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, realizada pelo Instituto em convênio com o Ministério da Saúde.

 

 

 

 

Para o coordenador de inteligência competitiva e mercadológica da Embratur, Gentil Venâncio, trata-se de um ponto importante para o DF. “É um momento histórico, uma vez que estamos estabelecendo um marco metodológico para implementar esse projeto em todo o território nacional, baseado nas experiências desta primeira rota em Brasília”, defendeu. “Nossa responsabilidade para incluir os turistas com deficiência é maior do que nós podemos imaginar”, acrescenta o dirigente. Ainda na avaliação de Gentil, este chegou em um momento oportuno da retomada do turismo e com potencial no mercado nacional, uma vez que foram priorizadas atrações já consolidadas em termos de acessibilidade. “É um projeto alinhado ao que a Embratur tem abraçado: é acessível, já está disponível e é possível de ser realizado e ampliado”, aponta.

 

Como lembra Andrea Pontes, Brasília tem duas unidades da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, referência no atendimento de vítimas de politraumatismos e problemas locomotores, que trazem um grande fluxo de pessoas com mobilidade reduzida à capital e que certamente poderão, desta forma, acessar os principais monumentos públicos da cidade.

 

O Guia da Rota Arquitetônica de Turismo Acessível também poderá ser acompanhado e prestigiado pelos brasilienses através da internet, no site da Setur, pelo celular e por meio do Google Maps, onde todas as demarcações estarão disponíveis. Outro recurso incluído é a impressão do folder de orientações, disponível na web. Sua publicação, conforme ressalta a secretária Vanessa Mendonça, amplia os caminhos para que Brasília se consolide como uma referência nacional em turismo acessível. A iniciativa ajuda a integrar propostas desenvolvidas tanto pelo GDF quanto pelo governo federal.

 

 


 

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