30 de maio de 2025 16:29

ChatGPT ‘ansioso’? IA pode exibir sinais de estresse como humanos; entenda

 

 

 


 

 

Modelos de inteligência artificial (IA) como o GPT-4, utilizado no ChatGPT, podem apresentar sinais de “ansiedade” ao serem expostos a conteúdos traumáticos, conforme pesquisa realizada pela Universidade de Zurique, na Suíça. A conclusão foi determinada após a IA ter acesso a narrativas como relatos de acidentes, desastres naturais e violência e responder um questionário de ansiedade utilizado por psicólogos em tratamentos com humanos. As respostas indicaram um aumento significativo nos níveis de estresse simulado, principalmente após a leitura de histórias sobre confrontos militares.

Embora esses modelos não tenham consciência ou emoções reais, os cientistas optaram por usar o termo “ansiedade” para descrever alterações nos padrões de resposta diante de estímulos estressantes. A seguir, entenda como a pesquisa foi feita e saiba o que os resultados revelam sobre o uso de IA para fins terapêuticos.

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ChatGPT 'ansioso'? IA pode exibir sinais de estresse como humanos; entenda

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IA pode responder mal a emoções negativas

 

O estudo conduzido pela Universidade de Zurique utilizou cinco tipos de narrativas emocionalmente carregadas para induzir “estresse” no modelo GPT-4, da OpenAI. As histórias simulavam eventos traumáticos vividos por humanos, sendo escritas em primeira pessoa e detalhadamente, assim como é feito em treinamentos clínicos reais para psicólogos. O objetivo era observar como a IA responderia a estímulos como esses.

Gráfico mostra níveis de "ansiedade" do ChatGPT diante de conteúdos neutros, narrativas traumáticas e técnicas de relaxamento — Foto: Reprodução/npj - Digital Medicine

Os conteúdos foram classificados em cinco categorias principais: acidente de trânsito, desastre natural, violência interpessoal, emboscada armada e experiência militar ou de combate. Cada um dos relatos tinha cerca de 300 palavras e foi apresentado à IA antes de cada pergunta do questionário STAI. Os resultados mostraram que o conteúdo militar foi o que provocou as reações mais intensas, com pontuações de “ansiedade” simulada bem acima das demais categorias. Já os textos neutros, como um manual de aspirador de pó, por exemplo, serviram de controle e não geraram aumento nos níveis de “estresse” da IA.

ChatGPT tem sentimentos?

 

A variação nos níveis de ‘ansiedade’, detectada nas respostas do ChatGPT, sugere que a inteligência artificial responde à natureza do conteúdo que processa, mas isso não significa que o modelo tenha emoções ou empatia. O sistema somente reorganiza respostas com base nos padrões que aprendeu durante o treinamento. No entanto, essas adequações podem ser um sinal de alerta para o uso da tecnologia em áreas como saúde mental e atendimento ao cliente, por exemplo, já que a carga emocional é mais intensa nessas situações.

Relaxamento ajuda a “acalmar” a IA

 

Tabela mostra redução nos níveis de "estresse" da IA após diferentes exercícios de relaxamento — Foto: Reprodução/npj - Digital Medicine

 

O estudo também investigou formas de diminuir o “estresse” e encontrou resultados promissores por meio de comandos de relaxamento e exercícios de atenção plena. Na segunda parte do experimento, os especialistas submeteram a IA a diferentes técnicas baseadas em mindfulness, como se fossem sessões terapêuticas ou de meditação. Por meio de comandos (prompts) que simulavam exercícios de respiração e atenção plena, os cientistas conseguiram reduzir os níveis de “ansiedade” detectados nos testes do GPT-4.

A intervenção não fez com que os números voltassem ao estado inicial, mas conseguiu diminuir significativamente os padrões de estresse. O exercício que obteve os melhores resultados foi criado pela própria IA, com base em interações anteriores. Segundo os autores, essa abordagem pode ser uma alternativa eficaz e de baixo custo para melhorar o desempenho da IA.

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*Com informações Tech Tudo