22 de novembro de 2024 19:00

Dia do Professor: Educadores do DF conduzem estudantes de todas as idades na jornada do aprendizado

Capital conta com mais de 38,9 mil docentes em 913 unidades da rede pública de ensino, entre creches, centros de línguas e escolas técnicas; histórias de vida se entrelaçam nos destinos de milhares de alunos de diversas gerações

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“O maior prazer da profissão é ver o seu aluno aprendendo e saber que, no futuro, você terá ajudado a formar um profissional”, relata a professora Miriam Alves Lins, responsável por conduzir o aprendizado de 31 alunos de 9 a 11 anos na Escola Classe (EC) 305 Sul. Em celebração ao Dia do Professor, nesta terça-feira (15), a Agência Brasília conta a história de Miriam e outras duas docentes que, com leveza e dedicação, abrem os caminhos do conhecimento para crianças, adolescentes e adultos na rede pública de ensino.

Atualmente, o Distrito Federal conta com 38.910 professores, dos quais 24.052 são servidores efetivos e 14.858, temporários. Maestros do aprendizado em sala de aula, os docentes atendem 458.937 estudantes matriculados em 913 escolas, incluindo centros interescolares de línguas (CILs), escolas técnicas, creches parceiras e instituições que aceitam o benefício Cartão Creche.

“O Dia do Professor é uma data emblemática, é significativa e é motivo de comemoração, porque é na escola que tudo começa; é onde a sociedade é transformada, por meio não só do processo de ensino e aprendizagem, mas também de um ambiente de socialização, onde eles estão ali para aprender, e o professor para ensinar, para trocar experiências”, enfatiza a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá.

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Desde 2019, o Governo do Distrito Federal (GDF) nomeou 5.499 professores de educação básica para atuar nas 14 coordenações regionais de ensino (CREs). “Em junho, foram mais de 3 mil nomeados, e agora nomeamos mais 500 professores que tinham passado em outros concursos. E não vamos parar. Estamos com um processo em andamento para fazer um novo concurso público e continuar a recomposição do quadro do DF”, afirma a secretária.

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Orgulho

Miriam escolheu a sala de aula ciente dos desafios e, em cinco anos de experiência, segue orgulhosa da decisão. “Sempre foi meu maior sonho; me inspirei na minha mãe, que é professora aposentada de língua portuguesa, e desde pequena sempre gostei de brincar de escolinha”, revela ela, que é formada em ciências e pedagogia pela Universidade de Brasília (UnB). “Formar uma pessoa e saber que ela está lendo e escrevendo porque você ensinou é maravilhoso”.

A docente elabora projetos que trabalham a leitura e o fortalecimento de relações familiares, como o Piquenique Literário, em que os alunos levam um livro para ler com a família ao ar livre, e o Um Dia de Professor, em que a garotada ensina um tema específico para os colegas, entre outros que incentivam a atitudes de solidariedade, como a doação de agasalhos e brinquedos para pessoas em situação de vulnerabilidade.

Em maio, Miriam aproveitou a aula de ciências, que tratava do fenômeno El Niño e algumas das causas das enchentes no Rio Grande do Sul, para trabalhar o gênero textual cartas em sala de aula e incentivar as crianças a escreverem palavras de carinho e motivação para a população afetada pelas fortes chuvas. A ideia resultou num envelope cheio de amor que foi enviado para as vítimas das catástrofes no Sul do Brasil.

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Projetos

A dedicação da docente às atividades que unem o conteúdo pedagógico a temas atuais mostra aos estudantes outros horizontes e possibilidades no âmbito profissional. Foi no projeto Um Dia de Professor que Samuel Linhares, 9, descobriu o que deseja ser quando crescer: “Quero ser professor de geografia. É uma matéria que eu gosto muito. Na minha vez de apresentar falei sobre os frutos do Cerrado, como o buriti, o pequi e o caju”, revela. “Queria que a tia Miriam fosse minha professora para sempre”.

O estudante Benjamin Morais, 10, também participou do projeto e apresentou uma aula sobre multiplicação com dois algarismos. Para ele, a experiência foi “complicada” e mostrou ainda mais o valor da docente. “A tia Miriam é bem calma, legal e divertida”, define. “Ela faz atividades muito legais, como os piqueniques com a família, a leitura de livros do Cerrado, as doações para outros lugares, as cartinhas… Tia Miriam, eu te amo, você é a melhor professora que eu já tive”.

A estudante Rafaela Ferreira Telles, 10, considera a paciência a maior qualidade de Miriam. “Ela é bem calma”, conta. “Às vezes ela sai do sério porque a gente bagunça muito na sala de aula, mas ela é muito tranquila. Tia Miriam, você é muito legal e faz atividades tão diferentes com a gente! Às vezes, eu até penso que a senhora nem é minha professora, e sim minha babá”.

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Construindo o futuro

Para a professora Érica Corrêa, estar atento às dificuldades e conquistas dos estudantes é uma das principais tarefas dos docentes. Em 2011, ela percebeu a dificuldade das turmas com a leitura, compreensão e produção de textos e direcionou o trabalho para essa área. “Gosto de mostrar que em qualquer área, eles vão precisar se comunicar, e a redação é uma forma de se apresentarem”, sinaliza. “Em uma entrevista de emprego, vão precisar produzir algum texto para demonstrar o conhecimento e também para manter uma comunicação ativa depois de contratados”.

Em 2020, Érica dava aulas de produção de texto no Centro de Ensino Médio (CEM) de Taguatinga Norte e, devido à pandemia de covid-19, precisou reformular o método de ensino. Ela notou, observando o comportamento dos alunos, que seria mais vantajoso manter o contato para correção de redações por meio de grupos no WhatsApp.

“Vi que, se eu não pensasse em algo diferente, não conseguiria ter êxito com o ensino de redação voltado para os vestibulares na plataforma de ensino”, lembra. “Os grupos na rede social deram certo, e seguimos fazendo assim até hoje. Eles me enviam o texto, faço a correção e marco um horário para tirarmos as dúvidas.”

Ela é docente de língua portuguesa na rede pública desde 2005 e, no momento, atua como coordenadora no CEM de Taguatinga Norte. Ainda assim, mantém os grupos de mentoria. “É uma profissão que requer muito esforço e dedicação, mas que ainda vale muito a pena”, pontua. “É um desafio que muitas vezes faz a gente rever se vale a pena. São muitos os obstáculos que enfrentamos na sociedade, mas, quando vejo a diferença de uma redação escrita no começo do ano e uma feita no final do ano, vejo que tudo vale a pena. E os alunos também conseguem reconhecer o próprio progresso e a própria evolução”.

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Idiomas

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O ensino de línguas estrangeiras é outra forma de abrir as portas do mundo para os estudantes. É o que pensa a professora Viviane Silva, que ministra aulas de espanhol para 140 alunos de 11 a 16 anos no Centro Interescolar de Línguas de Ceilândia (CILC). Ela acredita que o estudo de idiomas também permite que os docentes possam estar em constante aperfeiçoamento. “É uma experiência muito enriquecedora, porque temos uma troca com os nossos pares, em que podemos estar sempre buscando aprender, melhorar e aperfeiçoar o conhecimento para passar o melhor aos alunos”, afirma.

Há mais de uma década atuando na rede pública de ensino, Viviane, formada em letras-espanhol e em pedagogia pela Universidade de Brasília (UnB), já passou por outras unidades educacionais em Ceilândia e Brazlândia. Para ela, é gratificante saber que contribuiu com a jornada de milhares de estudantes em mais de uma década de profissão. “O sucesso é o aluno que deu certo, é aquele que terminou o ensino médio e conseguiu seguir, seja na área acadêmica, seja na profissional”, define. ”Ficamos muito contentes em ver que eles estão dando os passos num rumo que a gente considera adequado”.

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*Com informações Agência Brasília

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