Quase 32 mil brasilienses já procuraram o espaço público este ano para estudar para vestibulares e concursos; iniciativas investem no público jovem e em calendário diversificado para ocupar um dos principais pontos culturais da capital
Nos primeiros quatro meses de 2023, o número de pessoas que frequentavam a Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) girava em torno de 16 mil. Já em 2024, o número saltou para 31.839, o que representa quase duas vezes mais usuários do espaço público. Somente em abril deste ano foram 10.614 estudantes – quantitativo que, no mesmo mês do ano passado, foi de 3.954.
A diretora da Biblioteca Nacional, Marmenha Rosário, explica que o aumento tem relação com os trabalhos do último ano para cá, com investimento no público jovem por meio do Espaço Geek, clubes de leitura e lançamentos de livros. Além disso, o espaço mantém um calendário de aulões, exposições e eventos para atrair a população em geral, incluindo os que prestam o vestibular 60+.
“Isso mostra que a gente está no caminho certo ao oferecer um serviço de qualidade aqui no centro de Brasília, mas também para as pessoas que vêm de todas as regiões administrativas, o que traz novos desafios para mantermos esse patamar de qualidade dos nossos serviços”, destaca a gestora.
Acessível e silencioso
A estudante Maria Luíza Cardoso, 26, faz parte desse público. Ela vai à Biblioteca Nacional de segunda a sexta-feira há um ano, chegando às 8h30 e saindo após as 17h30, depois de passar o dia estudando para concurso. Ela conta que também fez diversas amizades na biblioteca, por ser um ambiente onde há várias pessoas com uma meta em comum.
“Contribui para o foco no nosso objetivo, por ser um ambiente apropriado para isso e ter toda essa estrutura, ar-condicionado, cadeiras muito boas, mesas espaçosas. Até a vista também contribui. Acho muito importante que o governo sempre valorize as bibliotecas públicas”, afirma.
Além de ser um ambiente calmo e silencioso, apropriado para estudar, a Biblioteca Nacional é de fácil acesso, por ficar próxima à rodoviária – algo importante para o estudante Victor Aquino, 25, que sai de Ceilândia para estudar no Plano Piloto.
“É essencial, porque aqui é bem-localizado, perto do Metrô e das estações de ônibus. Então, é bem acessível ao público e gratuito, o que é melhor ainda. Eu costumo usar a Biblioteca Pública de Ceilândia, que está fechada para a reforma. Vim para cá porque o ambiente aqui é mais propício e em casa eu perco o foco”, observa o jovem.
Atualmente, os espaços de estudo, localizados no segundo e terceiro andares do prédio, possuem capacidade para atender 180 estudantes simultaneamente. A média diária de quem passa pelo local para estudar é entre 330 e 360 pessoas.
“Quando comparamos isso às mais 23 bibliotecas públicas que temos no Distrito Federal, a gente vê que a Biblioteca Nacional é responsável por mais de 50% do público que frequenta as bibliotecas públicas no DF. Lógico que a gente também tem a maior estrutura, mas é um valor significativo”, acrescenta a diretora da BNB.
*Com informações Agência Brasília