20 de setembro de 2024 08:54

Influencers de investimentos terão que seguir regras na divulgação de conteúdos; veja os riscos de estudar finanças online

Pesquisa aponta que 55% dos brasileiros acompanham conteúdos de finanças na internet, mas só 31% realizam cursos sobre educação financeira

 

 


 

 

Charles Mendlowicz (Economista Sincero), Thiago Nigro (O Primo Rico), Nathalia Arcuri (Me Poupe) e mais uma centena de outros nomes e pseudônimos. Esses são alguns dos influencers conhecidos do público da internet que falam e ensinam diariamente sobre finanças em seus perfis no Facebook, Instagram, X (antigo Twitter) e YouTube.

Segundo pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (Ibpad), os influenciadores digitais de investimentos, os chamados finfluencers, somaram 176,3 milhões de seguidores ao final do primeiro semestre deste ano.

O número atual de seguidores representa um salto de 140% em comparação com o primeiro levantamento, feito no período entre setembro de 2020 e fevereiro de 2021, no qual havia 266 finfluencers e 74 milhões de seguidores. Dos atuais 515 influenciadores, 249 têm algum tipo de relação com players do mercado, como corretoras, gestoras e bancos.

Na relação das instituições que mais têm influencers, a XP Investimentos manteve a liderança nos dois últimos relatórios com 16 parcerias, seguida pelo Banco Sofisa e pelo BTG Pactual, ambos com dez. Já as parcerias publicitárias somaram 364. Os números foram mapeados entre 1º de janeiro e 30 de junho de 2023.

Para dar mais transparência a esse mercado que a cada ano aumenta seu alcance, a Anbima criou algumas diretrizes para seus 295 membros. As regras, que entram em vigor nesta segunda-feira, 13, têm como objetivo, principalmente, obrigar o influenciador informar, de forma clara, que o post patrocinado é uma publicidade e quem é a instituição financeira contratante.

Uma segunda mudança trata sobre a responsabilização das instituições contratantes pelos influencers e o conteúdo veiculado. Para evitar punição, as instituições devem informar e disponibilizar a relação dos influenciadores contratados. A normativa não menciona o tipo de punição, mas indica que em caso de descumprimento das regras a penalidade recairá sobre as empresas.

“Essa movimentação é muito importante, pois havia uma ausência de regras para os influenciadores que, cada vez mais, falam de determinados produtos sob a perspectiva educacional, mas podem ter a intenção de movimentar um ativo a seu favor”, avalia em entrevista ao Terra Tiago Feitosa, analista e especialista em mercado financeiro da T2 Educação.

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Riscos de estudar finanças online

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Os conteúdos sobre finanças na internet já são referência para mais da metade dos brasileiros. Um levantamento da Serasa mostra que a maior parte dos brasileiros acompanha conteúdos sobre finanças por meio digital. Embora veja pontos positivos nisso, Tiago Feitosa faz um alerta em relação ao consumo de conteúdos sobre finanças nas redes sociais.

“A cada dia temos mais gente falando sobre finanças na internet. E isso é bom e ruim ao mesmo tempo. Bom porque é uma forma de assuntos como finanças e educação financeira, que antes eram restritos a uma pequena parcela da população, chegarem a muito mais pessoas. E é ruim porque há, sim, perigos envolvidos. A internet é um ambiente que propicia que qualquer pessoa apareça dando dicas e informações, e nem todo mundo tem conhecimento real para isso”.

Segundo dados da pesquisa da Serasa, 55% dos brasileiros acompanham conteúdos sobre finanças em redes sociais, mas só 31% realizam cursos sobre educação financeira. Como não é porque está na internet que é um conteúdo bom, o indicado pelo especialista é buscar filtrar os conteúdos.

“Para quem quer começar a estudar, o ideal é buscar conteúdos de portais, instituições, ou ainda de influenciadores, que prezam pela imparcialidade da informação. A Anbima, por exemplo, possui diversos cursos gratuitos que visam educar financeiramente sem o viés de indicar uma instituição ou um produto específico”, orienta Feitosa.

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Desconfie de ofertas que oferecem grandes ganhos. 

“Os investimentos não vão te deixar rico, eles servem para preservar aquilo que você conquistou com o seu trabalho. E existem profissionais certificados e habilitados para indicar o que é melhor para você, conforme o seu momento, seu perfil e seus objetivos”, acrescenta Tiago Feitosa.

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Dicas para não cair em armadilhas

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  • Procurar sempre checar e buscar informações em fontes regulamentadas;
  • Consultar se o influenciador é credenciado no portal da CVM;
  • Procurar conhecer a pessoa que segue, buscar informações sobre o influenciador e uma segunda opinião;

 

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