A taxa de participação cresceu singelamente, 0,5%, mas o valor já demostra uma recuperação referente ao apresentado no ano anterior
Outra pesquisa, que trata exclusivamente do desemprego já no ano de 2022, em comparativo do apresentado no PDAD desse ano, a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), mostrou quem neste ano, a taxa de participação cresceu singelamente, 0,5%, mas o valor já demostra uma recuperação referente ao apresentado no ano anterior.
No grupo de desempregados, está Leandro Oliveira, de 21 anos, analista de sistemas. Leandro se formou em análise e desenvolvimento de sistemas em dezembro do ano passado e, desde então busca emprego na área. “A maioria das vagas exige uma experiência mínima de 2 anos. Com isso quem não tem essa experiência, é logo descartado de cara”, explica o profissional.
Segundo ele, outra dificuldade enfrentada por técnicos de informática são as especializações cobradas, que, muitas vezes, são mais cara que o próprio salário pago. “Quando uma pessoa está desempregada, como eu, fica complicado”, continua.
Além de analista, Leandro ainda estuda Engenharia Ambiental e, atualmente, busca se especializar na área de TI. “Eu me sinto impotente, muitas vezes frustrado por conseguir algo por coisas que fogem do seu alcance, como a questão da experiência. Mas acredito que com uma boa especialização conseguirei reverter a situação”, finaliza, esperançoso.
O grupo de pessoas sem emprego tem diferentes perfis, Leandro representa um, mas cada casa decimal no total de desempregados conta uma história ou a característica de um morador da capital federal. Nesse carrossel de pluralidade, se destaca a parcela da população que não estuda, nem trabalha, os chamados ‘nem-nem’.
Variando entre 18 e 29 anos, 31,1% se encontravam nesta situação, cerca de 181.619 jovens. Se considerado, entre os nem-nem, apenas aqueles jovens que procuraram trabalho, tinha-se 9,4%.
Júlia Fonseca, 19 anos, faz parte dessa porcentagem. A jovem afirma que estuda, mas não é considerada estudante pela lei, o que torna tudo mais difícil. “Mesmo estudando, quem está inscrito em cursos pré-vestibular, principalmente os online, não é visto e nem tem direito a muitas coisas, como ao passe livre. Isso me desencoraja muito, já que tudo precisa sair do meu bolso. E, como estudo, não consigo trabalhar”.
A recém nem-nem, que procura um emprego no Distrito Federal, acabou de sair do Ensino Médio e caiu direto nessa situação. Para ela, o fato de ser nova traz mais problemas ainda. “Todas as ofertas de emprego exigem experiência, então se for o seu primeiro emprego você não tem espaço. Isso é desgastante demais”, lamenta.
Agora, segundo a jovem, resta a esperança e a persistência. “Torço para que as coisas melhorem para pessoas como eu. Enquanto isso, eu aposto em continuar estudando, conseguir uma especialidade e sair desse limbo de uma vez por todas”, finaliza.
Desigualdade
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2021, o Distrito Federal tem o maior índice de desigualdade do Brasil em relação ao rendimento domiciliar.
No mesmo sentido do IBGE, a Codeplan traz números que comprovam esse dado. De acordo com o PDAD, realizando uma média entre salários, o brasiliense ganha R$ 3.801,00. Mas esse valor pode ter uma diferença de 0,5, segundo índice de Gini, que mede o grau de concentração de renda.
A renda domiciliar também sofre alterações. A média por casa é de R$ 5.845,40, mas esse valor, usando como base Gini, tem uma variação de 0,53. A renda por pessoa ficou em R$ 2.456,40, com variação de 0,55.