Vários setores produtivos e integrantes do GDF interagem com representantes da comitiva para apresentar o potencial da cidade em sediar o gigante encontro de tecnologia e inovação
A mobilização em torno da candidatura de Brasília para sediar, por cinco anos, a partir de 2023, a Web Summit — maior conferência de tecnologia e inovação do mundo — está a pleno vapor com a chegada da comitiva dos representantes do evento integrados a uma programação de reconhecimento da cidade montada desde sexta-feira (19/11). Diretor executivo da conferência, que já teve abrigo no Canadá, na China e em Portugal, o irlandês Paddy Cosgrave demonstrou o interesse em estar na capital, que lhe chamou a atenção pelo conhecimento das obras de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa.
No páreo junto com Porto Alegre e Rio de Janeiro, Brasília será observada em muitos quesitos, diante da candidatura. “A estatura e o conhecimento de muitas startups locais presentes no evento, em edições anteriores”, como destacou Paddy, foram fatores a impressionar na capital. A cidade foi descrita por ele como incrivelmente única. Identidade junto a um bom governador, a qualidade do transporte público e a pontos de reunião (prédios) adequados, como ele adiantou, são fatores decisivos para a escolha embasada em dados técnicos da comitiva que tem visitado as capitais.
O Centro de Convenções, a operacionalidade do Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek e a disposição de impulsionar o Parque Tecnológico de Brasília (BioTic) como polo de desenvolvimento científico podem favorecer a capital para sediar o evento na América Latina.
“Eles estão encantados com a cidade foi uma percepção com os comentários até agora. Brasília é praticamente um museu a céu aberto, que não traz as dificuldades do trânsito e se apresenta como uma cidade mais segura”, destacou o presidente do BRB Paulo Henrique Costa, que acompanha os trabalhos dos estrangeiros na cidade. A vocação empreendedora, com relevância para o setor da tecnologia e da inovação, foi pontuada por Paulo Henrique, que, detectando “uma candidatura bastante forte”, salientou a estrutura hoteleira como fator de peso no cenário de sediar a Web Summit.
Encontros no Ginásio Poliesportivo Nilson Nelson e na Torre de TV estiveram no percurso da comitiva. Com vistas na geração de emprego, entre inúmeras vantagens, o governador do GDF Ibaneis Rocha apresentou, no começo do mês, uma carta de intenções de sediar o evento, que mobiliza 40 mil pessoas. Além da garantia de infraestrutura, a injeção de quase R$ 33 milhões está nas disposições do GDF, no documento.
“Praticamente não temos mais (eventos nestes moldes) no Brasil. É uma oportunidade para os fabricantes do setor mostrarem ofertas. É importante para o setor da indústria, do comércio e ainda para o setor de serviços contar com a exposição de produtos. A propaganda e o marketing são peças fundamentais. O setor de TI é carente, hoje (de eventos nos moldes). Grandes eventos têm ocorrido na Europa e nos Estados Unidos”, comentou Ricardo Caldas, presidente do Sindicato das Indústrias da Informação do DF (Sinfor).