Por passar a maior parte do tempo em casa, muitas pessoas começaram a se sentir mais sozinhas e decidiram adotar um pet.
Antes de adotar, é preciso ficar atento a diversas questões: os animais precisam ter alguns cuidados básicos como a alimentação e a higiene; o dono também precisa saber se o ambiente é adequado para criar um animal; além disso, os pets podem trazer alguns gastos com banho, idas ao veterinário, entre outros. É por essas questões que muitas pessoas devolvem os animais para os abrigos ou, então, os abandonam nas ruas. A coordenadora da ONG Clube do Gato, Cecília Prado, 36 anos, conta que, muitas vezes, os bichos são abandonados porque os antigos donos se mudaram para uma casa menor ou para um lugar que não aceita animais. Às vezes, pode acontecer do pet ficar doente; quando atingem uma certa idade, eles exigem mais cuidados. “A pessoa precisa refletir que ela terá que se comprometer com um animal que pode viver por até 20 anos. Então, precisam se planejar para isso”, explica Cecília.
O Clube do Gato atua no DF desde 2012, e a adoção é on-line: os interessados devem preencher um formulário em https://clubedogato.org.br/formulario-de-intencao-de-adocao/. Entre 2020 e 2021, cerca de 1.148 moradores do DF se candidataram à adoção na plataforma. Cecília explica que a ONG depende das doações, e com a pandemia, elas diminuíram.
Adotar um animal na pandemia foi a melhor decisão que a professora de yoga Andrea Samia Abdalla, 46 anos, poderia tomar. Ela adotou a gata Shanti, em novembro de 2020, em uma feira de adoção. Desde então, a gatinha se tornou a principal atração em sua casa e ajudou na relação de Andrea com o filho. “Nós não conversávamos muito, e agora com a presença dela a gente se fala o tempo inteiro”, diz. A professora de yoga conta que adotou a gata por influência de sua nora Geovana Durães, 19. A estudante de direito diz que também adotou um gato, Tommy, com apenas 15 dias de vida. Desde então, ela passou a perceber o quão importante é o ato de adotar. “Contribui para termos menos animais nas ruas, e é gratificante dar assistência a eles. Acho que todos os bichos devem ter um lar”, diz Geovana.
O gerente da Zoonoses, Rodrigo Menna, 48 anos, explica que animais de abrigo já passaram por muitos traumas e podem apresentar um comportamento mais agressivo e retraído no novo lar. Por isso, é importante, nesses casos, ter mais dedicação e carinho com o animal, assim, ele vai mudando de comportamento e se adaptando à nova família. Segundo Rodrigo, no início de junho, a Zoonoses promoveu uma feira de adoção, quando 13 bichos ganharam um novo lar. Este ano, foram adotados 166 cães, de 366, que ficam no canil. No ano passado, de 660 cães, 341 foram adotados. Para adotar, é preciso ter mais de 18 anos e assinar um termo de responsabilidade se comprometendo a cuidar do animal.
Abrigos no DF
A diretora do abrigo Lar dos Anjos Pet, Roberta Lehane, 30 anos, revela que, com a pandemia, as adoções aumentaram. Ela explica que antes de finalizar cada adoção, o abrigo pede para que a pessoa participe de uma entrevista com alguns dos voluntários. Segundo Roberta, é preciso pensar muito antes de tomar a decisão de adotar um pet.
Todos os dias, o abrigo, que atualmente conta com 70 cães, recebe cerca de 50 ligações de resgate. A diretora explica que para manter o abrigo conta com o dinheiro das doações, e acaba sendo difícil atender a todas as chamadas. “Um resgate tem o valor mínimo de R$ 1 mil, porque todos os cães são levados para consultas veterinárias e, depois de recuperados, vão para adoção. Mas não são todos que conseguem um lar”, destaca.
Cofundadora do abrigo Toca Segura, Danielle Mansur, 46, alerta que as pessoas precisam refletir antes de adotar. “A gente gostaria que as pessoas considerassem várias coisas e pensassem bem antes de adotar, porque devolver o animal é muito dramático para todo mundo”, expõe.
Ela afirma que as pessoas procuram mais filhotes, mas o animal com mais de oito meses tem vantagens, pois já cresceu e se adapta tão bem quanto um mais novo. “As pessoas acham que o cão com um ano não vai se acostumar com elas. Eu falo: ‘Gente, o animal é tão sábio que onde ele entende que tem amor e que ele vai ser cuidado, ele se adapta, vira parte da família’”, enfatiza.
De acordo com Danielle, um dos maiores problemas enfrentados durante a pandemia tem sido a queda no número de doações para o abrigo. “A gente ficou desesperado, estamos ainda lidando com isso. Queria que as empresas soubessem que, muitas vezes, elas não precisam doar dinheiro. Pode ser jornal, medicamentos, ração, produtos de limpeza, camas, itens de cães mesmo para o dia a dia”, esclarece.
Como ajudar
Toca Segura: Instagram @tocasegura ou http://tocasegura.ong.br/
Abrigo Flora e Fauna: Instagram @abrigofloraefauna ou https://www.abrigofloraefauna.org.br/.
Clube do Gato: https://clubedogato.org.br
Lar dos Anjos Pet: Instagram @lardosanjospet ou https://linktr.ee/Lardosanjospet
Amigos da Zoonoses: https://www.amigosdazoonoses.com.br/voluntario
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